TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

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O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais frequentes, atingindo cerca de 3% das crianças em idade escolar. Trata-se de um distúrbio neurobiológico crônico que causa problemas de atenção, impulsividade e agitação, sintomas esses que aparecem desde a infância. É possível, porém, que em casos mais leves ele não seja notado e seja diagnosticado apenas na vida adulta, atrasando tratamentos e comprometendo o desenvolvimento do indivíduo.

O TDAH faz parte dos transtornos do neurodesenvolvimento, que podem afetar áreas específicas ou várias, muitas vezes compartilhando semelhanças que podem confundir mesmo profissionais da saúde/educação, por isso o diagnóstico só deve ser feito por um profissional especializado, como o psiquiatra ou o neuropsicólogo.

Outros diagnósticos desse grupo são o Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Desenvolvimento Intelectual, Atraso Global do Desenvolvimento, Transtorno da Linguagem, Transtorno da Fala, Transtorno da Fluência com Início na Infância (Gagueira), Transtorno da Comunicação Social (Pragmática), Transtorno Específico da Aprendizagem, Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação, Transtorno do Movimento Estereotipado e Transtornos de Tique.

ATENÇÃO: O diagnóstico de qualquer transtorno psiquiátrico só pode ser realizado por um profissional de saúde mental, como o médico psiquiatra. Esse texto tem como objetivo conscientizar sobre características do TDAH, com intuito de incentivar a busca por ajuda e tratamento profissional. O TDAH é uma condição que, caso não identificada ou não tratada corretamente, pode acarretar um agravamento do quadro com prejuízos na qualidade de vida, nas relações interpessoais e na vida profissional.


Sinais:

Os sinais conhecidos do TDAH são problemas com atenção, organização e agitação a níveis prejudiciais para o desenvolvimento da criança. Ou seja, a criança que não consegue dar continuidade em uma tarefa, está sempre perdendo coisas, não presta atenção quando chamado, como se não estivesse ouvindo, não consegue ficar sentada, nem aguardar coisas e costuma se intrometer nas atividades dos outros. É frequente que durante a infância, os sinais do TDAH sejam confundidos com transtornos comportamentais como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno da conduta, o que dificulta o tratamento.

Para o diagnóstico do TDAH, o psiquiatra irá analisar todos os sinais, sua ocorrência e como impactam a vida da pessoa. Essa análise toma como base o Manual Diagnóstico e Estatístico De Transtornos Mentais (DMS-5) da American Psychiatric Association, utilizado como referência para diversos transtornos mentais.

Entre os sinais observados estão:

– Não presta atenção em detalhes e comete erros por descuido;

– Tem dificuldade de manter a atenção durante aulas, conversas ou leituras longas;

– Parece não escutar quando alguém fala diretamente com ela, como se estivesse distraído com outra coisa quando claramente não há uma distração óbvia;

– Tem dificuldade em finalizar tarefas e seguir instruções;

– Dificuldade de cumprir prazos/mau gerenciamento do tempo;

– Evita atividades longas como tarefas escolares ou, no caso de adultos, preparo de relatórios, revisões, formulários;

– Perde coisas importantes como materiais escolares, documentos, óculos etc.;

– Esquece atividades cotidianas;

– Constantemente se mexendo, batucando em mesas ou se contorce na cadeira;

– Não consegue ficar sentado;

– Começa a correr ou sobe em objetos em momentos inapropriados;

– Tem dificuldade de realizar atividades de lazer calmantes;

– Sente desconforto em ficar parado, o que se torna perceptível para terceiros;

– Fala demais;

– Interrompe ou completa as frases dos outros, sem paciência para esperar sua vez de falar;

– Intromete-se nas atividades dos outros.

Para caracterizar TDAH, o psiquiatra considerará a frequência e quantidade desses sinais de acordo com a idade da pessoa, também excluindo outros diagnósticos com sintomas semelhantes ou causas diretas para esses comportamentos (mudança de casa, de escola, morte de uma pessoa próxima ou outras situações que podem causar trauma). Com isso é possível determinar um plano de tratamento envolvendo, possivelmente, medicamentos e profissionais multidisciplinares, além do auxílio da escola.

Procure um profissional especializado caso desconfie que seu filho ou você sofra de TDAH. Conquiste a qualidade de vida que merece.

Fonte: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 / American Psychiatric Association – 5. ed., 2014.

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