Depressão: como identificar?

Depressão: como identificar?

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Quando falamos em “depressão”, estamos falando sobre um conjunto de sintomas relacionados à mudança do humor, diminuição de energia, volição e interesses, assim como alterações de sono e apetite. Existem os transtornos depressivos que podem aparecer isoladamente, ou como parte de outro diagnóstico, como o Transtorno Afetivo Bipolar.

Porém, falaremos sobre o diagnóstico mais comum na prática clínica: o transtorno depressivo maior.

ATENÇÃO: o diagnóstico de qualquer transtorno psiquiátrico só pode ser realizado por um profissional de saúde mental, como o médico psiquiatra. Esse texto tem como objetivo conscientizar sobre características da depressão, com intuito de incentivar a busca por ajuda e tratamento profissional. A depressão é uma condição que, caso não identificada ou não tratada corretamente, pode acarretar em um agravamento do quadro com prejuízos na qualidade de vida, nas relações, trabalho, com desfecho imprevisível.

O que é Transtorno Depressivo Maior?

Segundo a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico De Transtornos Mentais (DMS-5) da American Psychiatric Association, usado como base de diagnóstico de vários transtornos psiquiátricos, o Transtorno Depressivo Maior é caracterizado por episódio de pelo menos duas semanas (14 dias) de mudanças claras no humor, percepção, raciocínio, memória, sintomas físicos sem causa orgânica que melhor justifique o quadro, dentre outros.

O DMS-5 traz uma lista de critérios diagnósticos. São nove pontos avaliados em que a pessoa precisa apresentar cinco ou mais deles no período de no mínimo duas semanas, sendo obrigatorio ao menos um deles serem o item 1 ou o item 2. Lembrando que a avaliação dos critérios diagnósticos é uma avaliação subjetiva do profissional de saúde ou do médico psiquiatra.

Os critérios são:

  1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.)

  2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).

  3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.)

  4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.

  5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).

  6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.

  7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).

  8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).

  9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

Os sintomas não são atribuídos à outra condição médica ou como efeito colateral de alguma substância, lícita ou ilícita. Algumas medicações ou a interação entre elas ou com outras substâncias podem acarretar sintomas depressivos como efeitos colaterais. A presença de algum desses sintomas, a ponto de atrapalhar o dia a dia da pessoa, deve ser avaliada para identificar suas causas e reduzir o risco de piora.

Na dúvida, consulte um especialista para uma avaliação.

Fonte: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 / American Psychiatric Association – 5. ed., 2014.

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